Os enredos com reviravoltas podem ser imprevisíveis e, quando bem executados, funcionam muitíssimo bem. No entanto, quando não cumprem as expectativas, geralmente acabam com uma má reputação. Existem casos icônicos, como a famosa frase “Luke, eu sou seu pai”, mas também há momentos em que o público se decepcionou com a revelação inesperada ao final do filme.
No filme “Atonement” (2007), somos levados a acreditar no romance improvável entre os personagens de James McAvoy e Keira Knightley durante a II Guerra Mundial. No entanto, descobrimos que boa parte do filme é uma ficcionalização criada pela irmã de Knightley, interpretada por Saoirse Ronan, Romola Garai e Vanessa Redgrave. Essa revelação mostra que ela foi responsável por separar os protagonistas antes que pudessem se reunir.
Em “Buried” (2010), protagonizado por Ryan Reynolds, temos um thriller de sobrevivência no qual o personagem principal está enterrado vivo por terroristas. Durante todo o filme, torcemos para que ele seja resgatado, mas descobrimos nos últimos segundos que os socorristas encontraram o local errado e Paul Conroy (Reynolds) está prestes a sufocar na areia. A tensão gerada nesse momento é brutal.
No caso de “Remember Me” (2010), um romance juvenil estrelado por Robert Pattinson, somos surpreendidos ao descobrir que toda a história se passa em 11 de setembro de 2001, quando o personagem de Pattinson visita seu pai em seu escritório no World Trade Center. Essa reviravolta temporal inesperada pode gerar diferentes reações no público.
Em “The Mist” (2007), uma adaptação de uma novela de Stephen King, os sobreviventes ficam presos dentro de um supermercado enquanto criaturas assustadoras vagam do lado de fora. Após várias provações e a decisão de apenas quatro pessoas escaparem em um carro, descobrimos que eles teriam sido resgatados segundos depois. David (interpretado por Thomas Jane) desesperadamente mata os outros sobreviventes, incluindo seu próprio filho, antes que a névoa se dissipe e as forças militares apareçam para limpar a área. A ironia e o tormento emocional presente neste desfecho deixaram o autor da obra original satisfeito.
Em “The Descent” (2005), uma jovem aventureira chamada Sarah se aventura em uma caverna com seus amigos após a perda do marido. No entanto, é revelado no final que todo o evento foi uma alucinação criada por Sarah para lidar com sua situação traumática. No lançamento americano do filme essa parte final foi cortada para torná-lo mais otimista, mostrando Sarah conseguindo sair da caverna com vida.
Outro exemplo notável é “Night of the Living Dead” (1968), dirigido por George A. Romero, onde o protagonista Ben precisa sobreviver aos mortos-vivos enquanto está trancado em uma fazenda com outros sobreviventes. No fim do filme, quando cercado pelos zumbis, ele encontra outros humanos, que o confundem com um zumbi e o matam. Esse desfecho traz uma reflexão sobre a questão racial e injustiça social presente no filme.
Por fim, temos “Brazil” (1985), uma comédia negra sobre um governo totalitário. O protagonista Sam Lowry acaba envolvido em uma conspiração governamental. No final do filme, quando Sam está prestes a ser torturado, membros da resistência conseguem invadir e libertá-lo. No entanto, assim como aconteceu em outras reviravoltas mencionadas anteriormente, nem tudo é o que parece.
Esses filmes utilizam reviravoltas surpreendentes para impactar emocionalmente os espectadores. Esses momentos finais alteram radicalmente a percepção dos personagens e da narrativa como um todo, sendo capazes de deixar o público sem palavras.
Existem outros exemplos de filmes com reviravoltas, como “Fight Club” (1999), “The Sixth Sense” (1999), “Gone Girl” (2014), “The Usual Suspects” (1995) e “Oldboy” (2003).