A proibição de livros infantis nos Estados Unidos está sendo questionada por afetar a liberdade de expressão e o acesso à informação.
Entre os livros que sofreram tentativas de proibição está A Bússola de Ouro, do autor britânico Philip Pullman, considerado um dos 100 melhores livros infantis de todos os tempos pela BBC Culture.
O livro enfrentou questionamentos por parte de grupos que consideraram seu teor ateísta, resultando em proibições em 32 estados americanos e afetando quatro milhões de crianças e jovens.
As pessoas que questionam esses livros apresentam motivos que variam desde propaganda de ideologia de gênero e material transexual até conteúdo LGBTQ+, violência, racismo e pedofilia.
No Reino Unido, A Bússola de Ouro ganhou a Medalha Carnegie para ficção infantil em 1995 e em 2019 Pullman recebeu o título de cavaleiro e o prêmio J.M. Barrie pelo trabalho que encanta crianças.
As tentativas de proibição são condenadas por silenciarem escritores com coragem suficiente para contar suas histórias e pontos de vista.
É importante lembrar que a tentativa de proibição é uma forma prévia da censura por razões morais ou religiosas. Em 2022 a Associação Norte-Americana de Bibliotecas registrou um número sem precedentes de quase 2.500 tentativas individuais para proibir livros naquele país, sendo que a maioria foi objeto de questionamento por temas relacionados a raça, gênero e sexualidade.
A presidente da Associação Norte-Americana de Bibliotecas, Lessa Kanani’opua Pelayo-Lozada, afirmou que o papel do bibliotecário é oferecer acesso aos escritores e às suas histórias, ajudando a esclarecer pontos de vista desconhecidos. O movimento de proibição de livros é conduzido por uma minoria barulhenta que exige a censura, segundo Kasey Meehan, diretora do projeto Liberdade de Leitura da organização PEN America.
Os Estados Unidos são conhecidos por sua cultura da liberdade de expressão e envolvimento na expressão dos demais. Jennifer Pippin, fundadora da organização Moms for Liberty e questionadora dos livros LGBTQ+ nos EUA, afirma que a grande preocupação com esses tipos de livros não é com homossexualidade em si, mas sim com sua exploração sexual. Por isso é importante sermos diligentes e organizados na defesa da liberdade de expressão.
Notícia: | Proibições de livros infantis nos EUA afetam liberdade de expressão e acesso à informação |
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Autor: | Philip Pullman |
Livro: | A Bússola de Ouro |
Proibições: | 32 estados americanos |
Afetados: | 4 milhões de crianças e jovens |
Motivos: | Propaganda de ideologia de gênero, material transexual, conteúdo LGBTQ+, violência, antipolicial, racista, obsceno e pedofilia |
Consequências: | Tentativa de silenciar escritores e censurar pontos de vista |
Associação Norte-Americana de Bibliotecas: | Registrou quase 2.500 tentativas individuais para proibir livros em 2022 |
Posição: | Defesa da liberdade de expressão e acesso à informação |
Com informações do site BBC News.