Publicar um livro pode parecer um sonho para muitas pessoas, mas para alguns escritores famosos pode se tornar uma experiência desagradável. Alguns autores desenvolvem aversão a algumas de suas criações literárias, chegando a negá-las, escondê-las ou simplesmente desprezá-las depois do lançamento. Neste texto, serão apresentados quatro casos de escritores que passaram por essa situação.
Começando pelo escritor tcheco Franz Kafka, ele foi extremamente crítico com suas próprias obras. Tanto que acabou queimando cerca de 90% dos seus escritos e em seu leito de morte pediu ao seu amigo e editor Max Brod que destruísse o resto. Felizmente, Brod desobedeceu a ordem e publicou os livros de Kafka. Inclusive, o resto da vida deste editor foi dedicado à preservação deste acervo – ele chegou até a contrabandear uma pasta cheia de originais de Kafka antes que os nazistas fechassem a fronteira da Alemanha.
O segundo caso é do escritor americano Don DeLillo. Depois de ter lançado seis romances que lhe deram muita reputação (mas não dinheiro), ele escreveu Amazons em 1980, uma espécie de falsa biografia bem-humorada assinada pelo pseudônimo de Cleo Birdwell, que seria a primeira jogadora de hóquei da NHL. Ela escreve sobre seus relacionamentos íntimos com treinadores e parceiros da equipe no livro. Por não ser uma obra elevada, DeLillo nunca reconheceu publicamente sua autoria em Amazons e até pediu que o livro não fosse citado em sua bibliografia oficial.
O britânico Martin Amis tem uma obra intitulada Invasion of the Space Invaders, que investiga o mundo dos primeiros videogames. Embora tenha uma introdução redigida por Steven Spielberg, parece relutar em reconhecer essa obra como parte importante de sua bibliografia e prefere não falar sobre ela. Mesmo assim, Invasion of the Space Invaders segue cativando fãs que gostam da análise que Martin Amis fez.
O último caso é do escritor britânico Ian Fleming, conhecido por ser autor dos romances de James Bond. Ele começou a notar que sua obra ganhava popularidade pelos motivos errados: pelo culto à violência das suas histórias. Foi então que resolveu escrever Espião e Amante (The Spy Who Loved Me), em 1962, para apresentar um ponto de vista alternativo ao de Bond, a partir das experiências de Vivienne Michel. Infelizmente, os críticos detestaram o romance e Fleming passou a rejeitar a obra e proibir novas reimpressões. Quando deu sequência aos livros de James Bond, ele simplesmente ignorou todos os eventos que havia contado nesta obra. A saga cinematográfica teve um filme chamado 007 – O Espião Que Me Amava, mas Ian Fleming só autorizou o uso deste título caso o enredo não tivesse qualquer conexão com o romance.
Em resumo, são quatro casos notáveis de escritores famosos que passaram por situações desconfortáveis com algumas de suas criações literárias. Estes profissionais preferiram negar ou esconder suas obras depois do lançamento, não reconhecendo publicamente sua autoria ou solicitando proibições de reimpressão.
Escritor | Obra | Situação |
---|---|---|
Franz Kafka | 90% dos seus escritos | Queimou os originais e pediu para destruir o resto |
Don DeLillo | Amazons | Escreveu sob pseudônimo e nunca reconheceu publicamente sua autoria |
Martin Amis | Invasion of the Space Invaders | Reluta em reconhecer como parte importante de sua bibliografia |
Ian Fleming | The Spy Who Loved Me | Rejeitou a obra e proibiu novas reimpressões, ignorando eventos na saga James Bond |
Com informações do site Mega Curioso.