A literatura brasileira é repleta de grandes nomes que fizeram história e, mesmo para alguns, seguem influentes após sua morte. Algumas dessas figuras notáveis são os escritores e pensadores pretos, que não apenas quebraram as barreiras da discriminação racial, mas também deram uma contribuição inigualável para a literatura mundial. Com isso em mente, compilamos uma lista de cinco nomes indicados “Você deveria muito ler!”.
Maria Aparecida da Silva Bento, mais conhecida como Cida Bento, é uma psicóloga e ativista brasileira comprometida com a redução das desigualdades raciais e de gênero no ambiente de trabalho. Entre suas obras está “O Pacto da Branquitude“. O livro trata sobre a universalidade da branquitude e suas consequências nocivas para qualquer alteração substancial na hierarquia das relações sociais.
Maria da Conceição Evaristo de Brito é outra figura essencial da literatura brasileira. Como escritora prolífica nos gêneros da poesia, romance, conto e ensaio, Evaristo se aprofundou nas questões culturais afro-brasileiras. Sua obra mais renomada é “Olhos d’água“, onde ajusta o foco dos interesses na população negra e aborda sem meias palavras a pobreza e violência urbana que acometem essa parcela da sociedade.
Luís Gonzaga Pinto da Gama
é um abolicionista e escritor brasileiro que foi feito escravo aos 10 anos de idade. Patrocinador da Abolição da Escravidão do Brasil, a edição das “Trovas burlescas” de Luiz Gama é uma nobre contribuição que homenageia e celebra a figura do grande homem público, tribuno, jornalista, poeta e advogado.
Djamila Taís Ribeiro dos Santos é uma filósofa, feminista negra, escritora e acadêmica brasileira. Em “Pequeno manual antirracista“, Djamila apresenta caminhos de reflexão para aqueles que desejam aprofundar sua percepção sobre discriminações racistas estruturais e assumir a responsabilidade pela transformação do estado das coisas.
Maria Firmina dos Reis é considerada a primeira romancista negra do Brasil. Por dar voz e agência a personagens escravizados em seus livros, é vista como a obra inaugural da literatura afro-brasileira. Combinando um enredo ultrarromântico com uma abordagem crítica à escravidão no Brasil em 1859, seu livro “Úrsula” retrata homens autoritários e cruéis, mostrando atos inimagináveis de mando patriarcal e senhorial em um sistema que não lhes impõe limites.
A inclusão de escritores pretos na literatura brasileira tem sido fundamental para mostrar histórias com perspectivas diferentes. Obras como as mencionadas acima devem ser lidas não apenas por seu valor literário, mas também pelo fato de criar uma visão crítica da sociedade para causar mudanças positivas para todas as pessoas.
Autor | Obra | Temas abordados |
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Cida Bento | O Pacto da Branquitude | Desigualdades raciais e de gênero no ambiente de trabalho |
Maria da Conceição Evaristo de Brito | Olhos d’água | Questões culturais afro-brasileiras, pobreza e violência urbana |
Luís Gonzaga Pinto da Gama | Trovas burlescas | Abolicionismo e celebração da figura do grande homem público |
Djamila Taís Ribeiro dos Santos | Pequeno manual antirracista | Discriminações racistas estruturais e transformação do estado das coisas |
Maria Firmina dos Reis | Úrsula | Crítica à escravidão no Brasil, mando patriarcal e senhorial |
Com informações do site Capricho.