Como as escolas podem sobreviver (e talvez até prosperar) com a inteligência artificial neste outono
Um relatório recente destaca o uso cada vez mais comum de ferramentas de inteligência artificial, como o ChatGPT, por estudantes em escolas e universidades. Neste artigo, discutiremos as implicações dessa tendência e as medidas que os educadores devem considerar para lidar com essa nova realidade.
Em primeiro lugar, é importante ressaltar que é preciso presumir que todos os alunos estão utilizando ferramentas de inteligência artificial, como o ChatGPT, em todas as tarefas e disciplinas, a menos que estejam sendo supervisionados presencialmente dentro do ambiente escolar. Embora nem todos os estudantes façam uso dessas ferramentas, seja por questões éticas, falta de acesso ou medo de serem descobertos, a hipótese de que todos estão recorrendo à inteligência artificial fora da sala de aula pode ser mais próxima da realidade do que muitos educadores imaginam.
Essa suposição tem sido considerada uma abordagem útil para os professores ao adaptarem seus métodos de ensino. Por que atribuir uma prova para ser feita em casa ou um ensaio sobre “Jane Eyre” se é provável que a maioria dos alunos utilize a inteligência artificial para concluí-los? Nesse cenário, seria mais adequado adotar exames supervisionados, trabalhos em grupo ou outras atividades em sala de aula, levando-se em conta a ubíqua presença do ChatGPT entre os estudantes, comparável ao uso do Instagram e Snapchat.
Repensando a detecção de fraude acadêmica
Em segundo lugar, é essencial que as escolas abandonem a dependência de programas detectores de inteligência artificial para identificar casos de fraude acadêmica. Embora existam dezenas dessas ferramentas no mercado, todas alegando detectar textos gerados por inteligência artificial, nenhuma delas é confiável o suficiente.
A própria OpenAI, empresa responsável pelo desenvolvimento do ChatGPT, descontinuou seu detector de escrita por inteligência artificial neste ano devido à baixa taxa de precisão. Apesar de existir a possibilidade de que futuramente as empresas de inteligência artificial consigam rotular as saídas dos modelos para torná-las mais facilmente identificáveis, conhecido como “marca d’água”, ou que surjam melhores ferramentas de detecção, atualmente a maioria dos textos gerados por inteligência artificial deve ser considerada indetectável. Portanto, as escolas devem direcionar seu tempo e recursos tecnológicos para outras áreas.
Em resumo, é fundamental que os educadores estejam cientes da crescente utilização das ferramentas de inteligência artificial pelos alunos e considerem sua presença ao planejarem suas atividades acadêmicas. Além disso, é necessário repensar o uso de programas detectores de fraude baseados em inteligência artificial, dada a falta de eficácia dessas ferramentas. À medida que nos adaptamos a essa nova realidade tecnológica, cabe às instituições educacionais encontrar formas mais eficazes e éticas de avaliar e engajar os estudantes.
Resumo da Notícia |
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O uso de ferramentas de inteligência artificial, como o ChatGPT, por estudantes em escolas e universidades está cada vez mais comum. |
É importante considerar que todos os alunos podem estar utilizando essas ferramentas, a menos que estejam supervisionados presencialmente. |
Os educadores devem adaptar seus métodos de ensino, adotando exames supervisionados e trabalhos em grupo para lidar com essa realidade. |
As escolas não devem depender de programas detectores de fraude baseados em inteligência artificial, pois eles são pouco confiáveis. |
É necessário repensar o uso dessas ferramentas e direcionar recursos tecnológicos para outras áreas. |
Os educadores devem estar cientes dessa tendência e encontrar formas mais eficazes e éticas de avaliar e engajar os estudantes. |
Com informações do site How Schools Can Survive A.I.