No Memorial Gerais Vale, será realizada a exposição “Araetá: a literatura dos povos originários” entre 31 de agosto e 5 de novembro de 2023. Com uma seleção de mais de 300 títulos de 110 escritores indígenas pertencentes a 40 povos diferentes, essa mostra promete levar os visitantes a uma jornada literária única.
O nome escolhido para a exposição, “Araetá”, é um termo da língua tupi que significa mundo plural. Por meio das obras apresentadas pelos escritores indígenas, teremos a oportunidade de conhecer seus mundos, repletos de ancestralidade e relações com os seres celestiais, terrenos e invisíveis. As crianças, os animais e os mais velhos também são representados nesses mundos descritos nas obras.
No contexto da literatura indígena, explorada na exposição de forma relativamente recente, o título mais antigo entre as 335 obras disponíveis remonta a 1998. Esse avanço na produção literária tem relação com a valorização da tradição oral dentro da cultura indígena. Para eles, contar histórias para as futuras gerações é considerado literatura e está intrinsecamente ligado à vida cotidiana.
Entre os escritores que terão suas obras expostas estão nomes como Ailton Krenak, Cristino Wapichana, Álvaro Tukano, Márcia Kambeba, Auritha Tabajara, Gleycielli Nonato e Marcos Terena. Destaque especial para Ademario Payayá, curador da exposição, que também terá seu livro “Oré – Îandé (Nós Sem Vocês – Nós Com Vocês)” exposto. Essa obra multilíngue traz poemas e textos escritos nas línguas indígenas guarani, kiriri, patxohã e tupi, com traduções para o português.
O livro de Daniel Munduruku também é mencionado como uma contribuição significativa à literatura indígena. Sua escrita sábia, eloquente e agradável aborda diversos temas. Já o romance “O que Falam as Águas”, de Ezequiel Vítor Tuxá, é ressaltado por sua importância histórica ao tratar da desterritorialização das terras indígenas através das inundações na região tuxá, na Bahia.
Na exposição, os visitantes poderão explorar as obras em duas salas separadas por regiões brasileiras: Amazônia na primeira sala e Mata Atlântica, Pantanal, Caatinga e Cerrado na segunda sala. Além dos livros, a exposição contará com vídeos, áudios, ilustrações e fotografias contextualizando as obras e seus respectivos autores.
No próximo sábado (2), às 11h, haverá um bate-papo com os escritores indígenas Gleycielli Nonato, do povo Guató, e Luciano Ariabo Kezo, do povo Balatiponé. Selma Caetano também estará presente nesse encontro para discutir a produção literária indígena.
Data | Evento | Participantes |
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31 de agosto a 5 de novembro de 2023 | Exposição “Araetá: a literatura dos povos originários” | 110 escritores indígenas de 40 povos diferentes |
– | Título mais antigo entre as obras | 1998 |
– | Curador da exposição | Ademario Payayá |
– | Livro em destaque | “Oré – Îandé (Nós Sem Vocês – Nós Com Vocês)” |
– | Escritor mencionado | Daniel Munduruku |
– | Romance em destaque | “O que Falam as Águas” |
– | Salas da exposição | Amazônia e Mata Atlântica, Pantanal, Caatinga e Cerrado |
Próximo sábado (2) | Bate-papo | Gleycielli Nonato, Luciano Ariabo Kezo e Selma Caetano |
Com informações do site O Tempo.