Escritores negros que fizeram história na literatura
A literatura brasileira é rica em grandes nomes consagrados de autores pretos que fizeram história e até hoje fazem, mesmo após a sua morte. Listamos abaixo cinco indicações de leitura desses grandes autores, como um “Você deveria muito ler!”, para encher ainda mais a sua lista de metas do ano.
Cida Bento, psicóloga e ativista brasileira, diretora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades, tem atuado na redução das desigualdades raciais e de gênero no ambiente de trabalho. Ela escreveu O Pacto da Branquitude. Neste livro poderoso, ela denuncia e questiona a universalidade da branquitude e suas consequências nocivas para qualquer alteração substantiva na hierarquia das relações sociais. Vale a pena dar uma chance para esta importante obra.
Conceição Evaristo é uma linguista e escritora brasileira conhecida por ser uma das mais influentes literatas do movimento pós-modernista no Brasil. Ela escreveu Olhos D´água. Neste livro, Conceição ajusta o foco de seu interesse na população afro-brasileira abordando a pobreza e a violência urbana que acometem essa parcela da sociedade sem sentimentalismos. Seus contos apresentam uma significativa galeria de mulheres: Ana Davenga, a mendiga Duzu-Querença, Natalina, Luamanda, Cida, a menina Zaíta. Elas diferem em idade e em conjunturas de experiências, mas compartilham da mesma vida equilibrando-se na “frágil vara” da corda bamba do tempo.
Luiz Gama foi um advogado, abolicionista, orador, jornalista e escritor brasileiro e o Patrono da Abolição da Escravidão do Brasil. Ele escreveu Trovas Burlescas. Esta edição das “Trovas burlescas” de Luiz Gama é uma nobre contribuição que homenageia e celebra a figura do grande homem público, tribuno, jornalista, poeta e advogado de escravos que foi este cidadão brasileiro.
Djamila Taís Ribeiro dos Santos é uma filósofa, feminista negra, escritora e acadêmica brasileira. Ela escreveu Pequeno manual antirracista. Neste pequeno manual, Djamila trata de temas como atualidade do racismo, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. Em onze capítulos curtos e contundentes, ela apresenta caminhos de reflexão para aqueles que queiram aprofundar sua percepção sobre discriminações racistas estruturais e assumir a responsabilidade pela transformação do estado das coisas.
Maria Firmina dos Reis foi uma escritora brasileira considerada a primeira romancista negra do Brasil. Ela publicou em 1859 o livro Úrsula. Tancredo e Úrsula são jovens altruístas que se apaixonam tão logo o destino os aproxima, mas se deparam com um empecilho para concretizar seu amor: ele é branco e ela é negra. Combinando esse enredo ultrarromântico com uma abordagem crítica à escravidão, Maria Firmina dos Reis compõe Úrsula, um dos primeiros romances brasileiros de autoria feminina. Essa obra é vista como a inaugural da literatura afro-brasileira e retrata homens autoritários e cruéis, mostrando atos inimagináveis de patriarcado e senhores em um sistema que não lhes impõe limites.
Essas são algumas das grandes obras escritas por autores pretos da literatura brasileira. Ler essas histórias significa conhecer a nossa cultura e nossa história, além de deleitar-se com a beleza da linguagem utilizada por esses mestres da literatura.
Autor | Obra | Descrição |
---|---|---|
Cida Bento | O Pacto da Branquitude | Denúncia da universalidade da branquitude e suas consequências nocivas para as relações sociais. |
Conceição Evaristo | Olhos D’água | Aborda a pobreza e a violência urbana que acometem a população afro-brasileira sem sentimentalismos em uma série de contos. |
Luiz Gama | Trovas Burlescas | Edição das “Trovas burlescas” em homenagem ao grande homem público, tribuno, jornalista, poeta e advogado de escravos que foi Luiz Gama. |
Djamila Taís Ribeiro dos Santos | Pequeno manual antirracista | Reflexão sobre temas como atualidade do racismo, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. |
Maria Firmina dos Reis | Úrsula | Considerada a primeira romancista negra do Brasil, retrata a história de amor entre Tancredo e Úrsula em um contexto de patriarcado e escravidão. |
Com informações do site Capricho.
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