Jovem do interior tira mil no Enem, mas perde vaga por falta de recursos

Jovem de Itapiranga, no Amazonas, consegue nota máxima na redação do Enem 2022 estudando com livros emprestados

A jovem Rilary Manoela Coutinho, de 18 anos e moradora de Itapiranga, interior do Amazonas, alcançou a nota máxima na redação do Enem 2022 estudando apenas com livros emprestados pela escola. Sem acesso à internet em casa e sem cursinho pré-vestibular, Rilary sonha em cursar Engenharia Civil na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), mas a situação financeira da família não permite que ela se dedique aos estudos fora de casa.

Apesar das dificuldades enfrentadas, Rilary se surpreendeu ao receber a nota máxima na redação do Enem 2022, cujo tema foi “desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”. Ela estudou com os livros antigos do pré-vestibular da escola e recorreu à biblioteca quando precisava de mais informações sobre um determinado assunto ou disciplina.

Rilary já havia sido aprovada para um curso de Engenharia de Materiais na Universidade do Estado do Amazonas (UEA) em 2022, mas não pôde se matricular por conta do preço da viagem até o campus, que comprometeria o orçamento familiar. Apesar da determinação, ela lamenta que muitas coisas e questões financeiras impeçam que pessoas do interior assumam seus lugares nas universidades, mesmo quando elas têm vontade e boa pontuação em exames nacionais.

Situação financeira pode impedir que Rilary ingresse na Ufam

Segundo informações do Sisu, Rilary tem grandes chances de conseguir uma vaga na Ufam, já que a nota máxima na redação do Enem é um grande diferencial na seleção dos candidatos. No entanto, mesmo que ela seja aprovada, pode acabar perdendo a vaga por não ter condições financeiras de se mudar para a capital e arcar com os custos de moradia e transporte.

A situação de Rilary infelizmente é comum em regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos do país. Muitos jovens talentosos acabam perdendo a oportunidade de cursar uma universidade por falta de recursos financeiros. O governo federal oferece programas de assistência estudantil, como o Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), mas nem sempre eles são suficientes para cobrir todas as despesas dos estudantes.

Enquanto isso, Rilary segue estudando em casa e aguardando ansiosamente pelo resultado do Sisu. Ela sabe que ainda tem um longo caminho pela frente, mas não desiste do sonho de se tornar engenheira civil. A história dela é um exemplo de perseverança e superação que deve ser valorizado e incentivado por todos.

Com informações do site Globo.