Thomas Piketty destaca importância da literatura na compreensão da economia
Thomas Piketty, professor e pesquisador na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais e na Escola de Economia de Paris, defende que a literatura pode ajudar a compreender o mundo da economia. Em entrevista concedida após uma palestra do Fronteiras do Pensamento em São Paulo e Porto Alegre em 2017, o economista cita Balzac e Jane Austen como escritores capazes de penetrar na complexidade do dinheiro.
No entanto, Piketty ressalta que as ciências sociais e os economistas devem ser modestos e complementares. Ele afirma ter desenvolvido uma base de dados históricos sobre a evolução das desigualdades sociais e econômicas com contribuição de mais de cem pesquisadores pelo mundo todo.
O economista não é contra o capitalismo ou a propriedade privada em si, mas sim contra a forma atual de capitalismo e sua concentração de riqueza. Para ele, o mercado precisa ser controlado por instituições públicas democráticas muito fortes para enquadrá-lo.
Piketty defende impostos progressivos sobre a propriedade, serviços públicos de qualidade, infraestrutura adequada, regras para o mercado do trabalho e sindicatos organizados para controlar as forças do mercado e funcionar no interesse geral. Ele destaca que só depois de grandes choques como a Primeira Guerra Mundial, a revolução bolchevique e a crise de 1929 surgiram mecanismos de redução de desigualdades na Europa e nos Estados Unidos.
O economista afirma que diversas formas de organizar o capitalismo podem existir, desde aquelas presentes na Suécia, onde o Estado recolhe 50% das riquezas em impostos para sustentar os serviços prestados à sociedade, até aquelas presentes na Ásia e América. Para ele, as elites brasileiras erram ao rejeitar certas formas de redistribuição de renda que funcionaram bem na Europa ou mesmo nos Estados Unidos. Ele acredita ser possível organizar a economia para obter simultaneamente mais igualdade e mais crescimento.
Quem é Thomas Piketty? | Economista francês, professor e pesquisador na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais e na Escola de Economia de Paris. |
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Base de dados históricos | Desenvolveu uma base de dados históricos sobre a evolução das desigualdades sociais e econômicas com a contribuição de mais de cem pesquisadores pelo mundo todo. |
Controle do mercado | Defende impostos progressivos sobre a propriedade, serviços públicos de qualidade, infraestrutura adequada, regras para o mercado do trabalho e sindicatos organizados para controlar as forças do mercado e funcionar no interesse geral, em linha com a conclusão baseada nas lições da história. |
Formas de organizar o capitalismo | Diversas formas de organizar o capitalismo podem existir, desde aquele presente na Suécia, onde o Estado recolhe 50% das riquezas em impostos para sustentar os serviços prestados à sociedade, até aqueles presentes na Ásia e América. |
Redistribuição de renda | As elites erram ao rejeitar certas formas de redistribuição de renda que funcionaram bem na Europa ou mesmo nos Estados Unidos. Para ele, é possível organizar a economia para obter simultaneamente mais igualdade e mais crescimento. |
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Com informações do site G1