No dia 29 de agosto deste ano, comemora-se o “Dia Nacional da Visibilidade Lésbica”, uma ocasião para celebrar as pessoas que se identificam com essa orientação sexual e também para enfatizar a importância da luta por igualdade, direitos e inclusão.
Neste contexto,Dedê Fatuma, mestra em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), aborda essas questões em seu livro intitulado “Lesbiandade”, no qual explora a construção de identidade e os desafios enfrentados pelas mulheres lésbicas, bissexuais e dissidentes de gênero.
O objetivo central da autora é que seu livro seja uma chamada afetiva e transgressora para que muitas mulheres possam acessar o poder íntimo e político que se encontra dentro delas mesmas**. Ela destaca a importância do poder erótico, como aprendido com Audre Lorde, como uma forma de despertar consciência sobre o poder que emerge de dentro para fora.
Um estudo recente intitulado “LesboCenso Nacional: mapeamento de vivências lésbicas no Brasil” revelou que 79% das 22 mil participantes relataram ter sofrido algum tipo de lesbofobia. As formas mais comuns dessa discriminação incluem assédio moral, assédio sexual e violência psicológica. Além disso, essa pesquisa demonstrou que esse preconceito também afeta o tratamento médico das mulheres lésbicas, visto que 25% delas relataram ter enfrentado discriminação durante atendimentos ginecológicos e 73% sentiram medo ou constrangimento de mencionar sua orientação sexual durante as consultas.
**Dedê Fatuma ressalta que seu livro faz parte de um coro de vozes contrárias à cisheterossexualidade**, que busca restringir a comunidade LGBTQIAPN+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer, Intersexo, Assexuais, Pansexuais e Não-binários). Ela aponta para a realidade do Brasil, que continua liderando os índices de homicídios contra essa população marginalizada. Além disso, ela destaca que essas mortes se relacionam diretamente com a exclusão dessa população do mercado de trabalho, da política e dos espaços de poder.
Um dos fatores que contribui para o aumento da violência é a exclusão da identidade de gênero e orientação sexual no Censo Demográfico de 2020. Segundo Dedê Fatuma, essa falta de informações gera um impacto social não apenas nas condições materiais de vida das pessoas LGBTQIAPN+, mas também no apagamento institucionalizado de suas existências por uma década.
Além disso, um estudo conduzido pela consultoria “Mais Diversidade” revelou que 54% das pessoas LGBTQIAPN+ entrevistadas não se sentem seguras para revelar abertamente sua orientação sexual ou identidade de gênero no ambiente de trabalho. Dedê Fatuma destaca que muitas mulheres lésbicas optam pelo silêncio em relação à sua identidade como uma estratégia para se protegerem da violência nesses espaços. As mulheres lésbicas negras, em particular, que não se enquadram nos estereótipos femininos dominantes, enfrentam maiores desvantagens e estão frequentemente presas ao subemprego.
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No dia 29 de agosto deste ano, comemora-se o “Dia Nacional da Visibilidade Lésbica”, uma ocasião para celebrar as pessoas que se identificam com essa orientação sexual e também para enfatizar a importância da luta por igualdade, direitos e inclusão. |
Dedê Fatuma, mestra em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), aborda essas questões em seu livro intitulado “Lesbiandade”, no qual explora a construção de identidade e os desafios enfrentados pelas mulheres lésbicas, bissexuais e dissidentes de gênero. |
Um estudo recente intitulado “LesboCenso Nacional: mapeamento de vivências lésbicas no Brasil” revelou que 79% das 22 mil participantes relataram ter sofrido algum tipo de lesbofobia. |
25% das mulheres lésbicas relataram ter enfrentado discriminação durante atendimentos ginecológicos e 73% sentiram medo ou constrangimento de mencionar sua orientação sexual durante as consultas. |
O livro “Lesbiandade” faz parte de um coro de vozes contrárias à cisheterossexualidade, que busca restringir a comunidade LGBTQIAPN+. |
O Brasil continua liderando os índices de homicídios contra a população LGBTQIAPN+. |
Um estudo revelou que 54% das pessoas LGBTQIAPN+ entrevistadas não se sentem seguras para revelar abertamente sua orientação sexual ou identidade de gênero no ambiente de trabalho. |
Muitas mulheres lésbicas optam pelo silêncio em relação à sua identidade como uma estratégia para se protegerem da violência nos espaços de trabalho. |
As mulheres lésbicas negras enfrentam maiores desvantagens e estão frequentemente presas ao subemprego. |
O livro “Lesbiandade” de Dedê Fatuma busca dar voz a essas experiências e fortalecer a luta por igualdade, direitos e inclusão para todas as pessoas. |
Com informações do site Notícia Preta.