Maria Firmina: a primeira escritora negra do Brasil e sua influência na literatura abolicionista
A segunda metade do século XIX ficou marcada pela luta contra a escravidão no Brasil, e o movimento abolicionista ganhava força. Nesse cenário, surgiram peças teatrais e romances que retratavam o tema, dando voz a uma causa importante na época.
Entre as obras mais influentes desse contexto está o romance “Úrsula”, publicado em 1859 e escrito por Maria Firmina dos Reis, que se tornou a primeira escritora negra do país. Suas ideias defendiam majoritariamente a abolição da escravidão, mas seus escritos foram silenciados pela sociedade por muito tempo.
Comparando a obra de Maria Firmina com outros romances abolicionistas da época, é possível notar perspectivas opostas sobre o tema. Enquanto autores como Joaquim Manuel de Macedo, autor de “Vítimas Algozes”, buscavam convencer os senhores a apoiarem o fim da escravidão por medo de uma revolta dos negros (causa econômica), Maria Firmina defendia a igualdade entre brancos e negros (causa social ou humanitária).
Além disso, as visões dos autores sobre os castigos aplicados aos escravizados eram divergentes: enquanto Macedo via o escravizado como perverso e merecedor de castigos, Maria Firmina enxergava o negro com medo e pavor diante dos senhores que aplicavam as penas, questionando a falta de compaixão do ser humano em relação ao tratamento do outro.
O romance “Úrsula” se destaca por apresentar uma nova perspectiva em relação aos romances abolicionistas da época e por dar voz a uma autora negra que foi silenciada por muito tempo. O fenômeno da luta abolicionista no século XIX foi um marco importante na história do Brasil, culminando com a abolição da escravidão em 13 de maio de 1888.
Notícia | Destaque |
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Obra destacada | Romance “Úrsula”, de Maria Firmina dos Reis |
Autora | Maria Firmina dos Reis, primeira escritora negra a ter um livro publicado no Brasil |
Visão sobre a escravidão | Defendia a igualdade entre brancos e negros |
Comparação com outros romances abolicionistas | Apresentava perspectivas opostas sobre o tema em relação a autores como Joaquim Manuel de Macedo |
Visão sobre os castigos aplicados aos escravizados | Enxergava o negro com medo e pavor diante dos senhores que aplicavam as penas e questionava a falta de compaixão do ser humano em relação ao tratamento do outro |
Importância histórica | Destaca-se por apresentar uma nova perspectiva em relação aos romances abolicionistas e por dar voz a uma autora negra cujos escritos foram silenciados por muito tempo |
Com informações do site Esquerda Diário.