Monteiro Lobato critica Exposição de Pintura Moderna de Anita Malfatti em artigo no Estado de São Paulo em 1917
Em um artigo intitulado “Paranóia ou mistificação?”, publicado no jornal Estado de São Paulo em 1917, Monteiro Lobato expressou sua opinião sobre a Exposição de Pintura Moderna de Anita Malfatti, que estava ocorrendo na cidade naquela época. O texto gerou grande polêmica e foi posteriormente republicado na coletânea “Ideias de Jeca Tatu”.
Ao longo dos anos, a interpretação do artigo tem sido controversa. Analisando-o agora à luz dos ideais conservadores de Lobato como crítico de arte, pode-se obter uma melhor compreensão. Na época, o Brasil estava passando por um período histórico instável, com a Primeira Guerra Mundial e a greve geral dos trabalhadores em São Paulo. A elite intelectual estava preocupada em refletir sobre os rumos do país, desvinculando-se das influências europeias e fortalecendo a burguesia nacional para a industrialização.
Lobato era um desses intelectuais e defendia um projeto positivista para o desenvolvimento capitalista brasileiro baseado na industrialização, algo que ele havia visto acontecer nos Estados Unidos após estudar Henry Ford. O autor acreditava que havia obstáculos no atraso do país e que a população rural não era capaz de promover qualquer movimentação progressista. Portanto, defendia que a elite burguesa deveria conduzir a industrialização do Brasil.
Em relação à literatura, sua preocupação era criar uma “arte propriamente brasileira” sem referências externas que dependesse das grandes potências imperialistas. Ele via isso como uma ameaça à cultura nacional em formação. Sua obra adquiriu então uma tendência nacionalista com a produção de uma “arte nacional” para combater esse problema.
No artigo em questão, Lobato separa os artistas em dois grupos distintos e utiliza conceitos naturalistas e falsamente científicos para defender sua posição. Ele critica a falta de técnica dos artistas modernos que participavam da exposição de Malfatti e acredita que eles estavam criando obras confusas e sem sentido. Essa visão conservadora gerou críticas e polêmicas, mas também inspirou outros intelectuais brasileiros como Oswald de Andrade e Mário de Andrade.
Em resumo, Monteiro Lobato foi um crítico literário brasileiro no início do século XX com ideais conservadores que defendiam a industrialização do país para o desenvolvimento capitalista através da elite burguesa. Ele via na arte estrangeira uma influência nociva ao processo de formação cultural brasileira. Seu artigo “Paranóia ou mistificação?” foi altamente controverso, mas revela as preocupações da elite intelectual brasileira da época com o futuro do país.
Título: | Paranóia ou mistificação? |
Autor: | Monteiro Lobato |
Data de publicação: | 1917 |
Contexto histórico: | Brasil em período de instabilidade marcado pela Primeira Guerra Mundial e greve geral dos trabalhadores em São Paulo. |
Ideais do autor: | Defendia a industrialização do país através da elite burguesa e uma “arte propriamente brasileira” sem influências estrangeiras. |
Conteúdo do artigo: | Análise crítica da Exposição de Pintura Moderna de Anita Malfatti, separando os artistas em dois grupos distintos e criticando a falta de técnica dos artistas modernos. |
Com informações do site Esquerda Diário.