No conto “Não dá para voltar pra casa – Eis porquê”, presente no livro “Gravidade Zero” de Woody Allen, somos apresentados a uma crise neurótica vivida pelo protagonista, um morador de Manhattan, ao descobrir que sua casa foi escolhida como locação de um filme de Hollywood.
No conto “Não dá para voltar pra casa – Eis porquê”, do livro “Gravidade Zero” de Woody Allen, somos introduzidos a uma crise neurótica enfrentada pelo protagonista, um residente de Manhattan, ao descobrir que sua casa será usada como cenário para um filme de Hollywood.
Essa história reflete a rotina paranoica vivida pelo autor, constantemente vigiado pela mídia devido às polêmicas em torno de seu relacionamento com Soon-Yi Previn, filha adotiva de sua ex-mulher Mia Farrow.
Após as acusações de abuso contra ele feitas por Mia Farrow, duas investigações independentes concluíram que não havia provas do ocorrido. No entanto, o nome de Woody Allen continua mais associado a esse episódio controverso do que aos seus trabalhos mais recentes como cineasta.
Seus últimos filmes – “Festival do Amor” (2020), “Um Dia de Chuva em Nova York” (2019) e “Roda Gigante” (2017) – não tiveram muito impacto e não acrescentaram muito à sua filmografia.
Apesar disso, sua paixão pela literatura rendeu frutos mais significativos, como sua autobiografia “A Propósito de Nada” (2020) e o livro de contos “Gravidade Zero”, lançado pela editora Nova Fronteira no Brasil em setembro deste ano.
Woody Allen se destaca como um cronista das trivialidades em suas histórias, com humor leve e comentários perspicazes. Cada um dos 19 contos presentes na obra é como um curta-metragem, inspirados por anedotas, notícias curiosas e propagandas que chamaram a atenção do autor nova-iorquino.
Em um dos contos, intitulado “Delírio úbere”, Allen reage a uma pesquisa que revelou que cerca de vinte pessoas são mortas por vacas nos Estados Unidos anualmente. Nessa história hilariante, uma vaca narra suas intenções de assassinar um diretor de cinema arrogante. Referências a personalidades reais também são encontradas em outros contos, como o ator Warren Beatty e o golpista Bernie Madoff.
Um olhar sobre os relacionamentos amorosos
No último e mais longo conto da obra, intitulado “Crescer em Manhattan”, Allen aborda as complexidades dos relacionamentos amorosos. Ele mostra que é impossível compreender plenamente o parceiro e que mudar nossa própria personalidade para agradá-lo não é garantia de sucesso. A ideia central é que o amor pode dar certo, mas nem sempre conseguimos entender as razões para isso. Algumas histórias de amor simplesmente não funcionam.
Essa mistura única de melancolia e humor é o que torna as narrativas de Woody Allen tão cativantes e nos faz buscar conforto em sua obra quando enfrentamos momentos difíceis na vida.
Quanto à carreira cinematográfica do diretor, ele está prestes a lançar seu quinquagésimo filme, intitulado “Coup de Chance” (“Golpe de Sorte”, em tradução livre), gravado em Paris e sem grandes estrelas no elenco. Devido ao seu relacionamento conturbado com Hollywood, Allen tem se aproximado cada vez mais da Europa, onde os custos de produção são mais baixos. O cineasta mencionou anteriormente que essa pode ser sua última obra cinematográfica, preferindo se concentrar na escrita. Segundo ele, perdeu parte da emoção de fazer filmes.
Dessa forma, podemos concluir que “Gravidade Zero” é mais uma obra marcante e inteligente de Woody Allen, que nos presenteia com contos que refletem suas reflexões sobre a vida, relacionamentos e a complexidade existente em cada ser humano.
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No conto “Não dá para voltar pra casa – Eis porquê”, presente no livro “Gravidade Zero” de Woody Allen, somos apresentados a uma crise neurótica vivida pelo protagonista, um morador de Manhattan, ao descobrir que sua casa foi escolhida como locação de um filme de Hollywood. |
Após as acusações de abuso contra Woody Allen por parte de Mia Farrow, duas investigações independentes concluíram que não havia provas do ocorrido. |
Seus últimos filmes – “Festival do Amor” (2020), “Um Dia de Chuva em Nova York” (2019) e “Roda Gigante” (2017) – não tiveram muito impacto e não acrescentaram muito à sua filmografia. |
Woody Allen se destaca como um cronista das trivialidades em suas histórias, com humor leve e comentários perspicazes. |
Em um dos contos, intitulado “Delírio úbere”, Allen reage a uma pesquisa que revelou que cerca de vinte pessoas são mortas por vacas nos Estados Unidos anualmente. |
No último e mais longo conto da obra, intitulado “Crescer em Manhattan”, Allen aborda as complexidades dos relacionamentos amorosos. |
Woody Allen está prestes a lançar seu quinquagésimo filme, intitulado “Coup de Chance” (“Golpe de Sorte”, em tradução livre), gravado em Paris e sem grandes estrelas no elenco. |
Com informações do site Estadão.