Conheça obras de autoras que escrevem desde as periferias
Este mês é marcado pela luta das mulheres, e para celebrar selecionamos algumas obras escritas por autoras que enriquecem o universo literário brasileiro. Essas mulheres escrevem fora do cânone e, através de suas obras, buscam ocupar um espaço que, por séculos, foi negado a elas.
A escritora estadunidense Octavia Butler afirma que começou a escrever sobre poder porque era algo que ela tinha muito pouco. Essa falta de poder é uma motivação comum para mulheres das periferias escreverem e se expressarem através da literatura. A literatura é uma ferramenta para criar novos mundos, propor novas realidades e apresentar a vida nas favelas.
Carolina Maria de Jesus é uma autora fundamental na literatura brasileira. “Quarto de despejo” é um diário sobre sua vivência como moradora da favela, mãe e catadora de papel. Esse livro já foi traduzido para 13 línguas e é um referencial importante para estudos culturais e sociais no Brasil e no exterior. Carolina foi uma pioneira no mercado editorial pelos escritos produzidos por pessoas negras da periferia.
Helena Silvestre nasceu em Mauá (SP) e é ativista das lutas por terra e território em favelas e ocupações desde os 13 anos de idade. Em “Quem me dera quedas-d’água”, Helena retoma a organização das ideias por meio das notas (em seu segundo livro, sobre a fome; agora, sobre a peste), contando histórias reais difíceis de serem acreditadas. O livro foi escrito na pandemia refletindo reflexões acerca da libertação dos corpos e pensamentos das pessoas faveladas.
A coletânea “Olhos de Azeviche” foi pensada com o propósito de reduzir o abismo que ainda há entre a quantidade e a diversidade das escritoras negras brasileiras contemporâneas e os espaços de divulgação e circulação dos seus textos. A seleção traz possibilidades inéditas ou ainda pouco exploradas da construção de um universo literário mediado por mulheres negras e suas subjetividades de Ana Paula Lisboa, Cidinha da Silva, Conceição Evaristo, Cristiane Sobral, Esmeralda Ribeiro, Fátima Trinchão, Geni Guimarães, Lia Vieira, Miriam Alves e Taís Espírito Santo.
Odailta Alves é uma escritora pernambucana nascida na favela de Santo Amaro. Seu livro “Clamor negro” traz a história da falta de reconhecimento dos descendentes africanos no nordeste do Brasil. Ela é uma educadora e atriz negra que atua com formação antirracista na Secretaria de Educação.
Em resumo, essas obras são importantes instrumentos para compreender a realidade do povo brasileiro fora dos espaços mainstream. Essas autoras ocuparam um espaço importante na literatura nacional mostrando que outras mulheres negras e faveladas têm direito e ferramentas para caminhar no mundo da produção de conhecimento e circulação de ideias.
Autora | Obra | Destaque |
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Carolina Maria de Jesus | Quarto de despejo | Referencial importante para estudos culturais e sociais no Brasil e no exterior |
Helena Silvestre | Quem me dera quedas-d’água | Reflexões acerca da libertação dos corpos e pensamentos das pessoas faveladas |
Coletânea: Ana Paula Lisboa, Cidinha da Silva, Conceição Evaristo, Cristiane Sobral, Esmeralda Ribeiro, Fátima Trinchão, Geni Guimarães, Lia Vieira, Miriam Alves e Taís Espírito Santo | Olhos de Azeviche | Redução do abismo entre a quantidade e a diversidade das escritoras negras brasileiras contemporâneas e os espaços de divulgação e circulação dos seus textos |
Odailta Alves | Clamor negro | História da falta de reconhecimento dos descendentes africanos no nordeste do Brasil |
Me desculpe, mas preciso de um título para poder completar a frase. Você pode me fornecer um título de notícia?