A Editora da USP (Edusp) acaba de lançar o livro “Ópera Flutuante: Teatro Lírico, Literatura e Sociedade no Rio de Janeiro do Segundo Reinado”, que explora a relação entre a ópera e a literatura brasileira do século 19. O autor, Marcelo Diego, investiga o impacto da ópera na sociedade fluminense durante o Segundo Reinado, mostrando como os espetáculos moldavam o cenário cultural da época mais do que as tradições do teatro lírico local.
Diego argumenta que tanto a ópera quanto os livros promovem experiências narrativas imersivas, e possuem algo que medeia a relação da obra com o receptor, seja a música ou a narração. Ele utiliza o conceito de “ópera flutuante” para mostrar como a música protagonizada por companhias itinerantes é central para a formação do gênero romance no Brasil.
O livro está dividido em três atos que revelam um Rio de Janeiro em transformação nos anos 1840, 1850-1860 e nas décadas de 1870 e 1880. A primeira parte descreve uma companhia italiana de ópera que se instalou no Estado e que trouxe à tona sucessos como Norma e Ernani. Essas obras influenciaram diversos escritores da época, como Martins Pena, Joaquim Manuel Macedo e Machado de Assis.
A segunda parte acompanha a consolidação do circuito lírico nas décadas de 1850-1860, quando o Teatro Lírico Fluminense se tornou a nova casa dos espetáculos depois da interrupção da temporada de óperas devido à epidemia de febre amarela e a um incêndio no Teatro São Pedro de Alcântara. O autor revela como a ficção de José de Alencar revela a proximidade do autor com o teatro lírico, mostrando como o uso da mão de obra escravizada permitiu a construção de uma elite ociosa e como a riqueza produzida por essa exploração permitiu a importação de bens culturais europeus.
A terceira parte do livro se concentra na década de 1870-1880, tempo em que a ópera estava em seu apogeu no Rio de Janeiro. O autor analisa diferentes obras de Machado de Assis para mostrar como ele “pintou o quadro mais vivo da cena lírica no Rio de Janeiro do Segundo Reinado”.
Em resumo, o livro investiga o papel da ópera na sociedade fluminense do século 19, mostrando como ela influenciou não só os espetáculos culturais da época, mas também a literatura brasileira. Ao longo da obra, Marcelo Diego recupera romances escritos no período para analisar a influência da ópera na produção literária da época.
O leitor pode se questionar sobre o impacto político da ópera no Brasil ou qual foi o papel das companhias itinerantes na cultura brasileira. No entanto, o livro oferece uma análise detalhada e única sobre as relações entre música e literatura na sociedade fluminense do século 19. A obra é recomendada para aqueles que querem entender melhor as raízes culturais brasileiras e sua ligação com a música e com as artes cênicas.
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Título | O livro “Ópera Flutuante: Teatro Lírico, Literatura e Sociedade no Rio de Janeiro do Segundo Reinado” |
Autor | Marcelo Diego |
Editora | Editora da USP (Edusp) |
Resumo | O livro investiga o impacto da ópera na sociedade fluminense durante o Segundo Reinado e sua relação com a literatura brasileira do século 19. O autor utiliza o conceito de “ópera flutuante” para mostrar como a música protagonizada por companhias itinerantes é central para a formação do gênero romance no Brasil. O livro está dividido em três partes que revelam um Rio de Janeiro em transformação nos anos 1840, 1850-1860 e nas décadas de 1870 e 1880. |
Partes | 1. Companhia italiana de ópera e seus sucessos; 2. Consolidação do circuito lírico e a ficção de José de Alencar; 3. Década de 1870-1880 e a análise de diferentes obras de Machado de Assis. |
Objetivo | Investigar o papel da ópera na sociedade fluminense do século 19 e sua influência na literatura brasileira. |
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