Rede de livrarias Saraiva demite todos os funcionários e loja em São Paulo não abre
A rede de livrarias Saraiva demitiu todos os funcionários e uma de suas lojas em São Paulo não abriu nesta quinta-feira (21), gerando preocupações sobre o futuro da empresa.
Demissões em massa comprometem operação da Saraiva
A Saraiva, que está em processo de recuperação judicial desde 2018, enfrentou mais um revés com a demissão dos últimos colaboradores restantes. Com essa demissão em massa, a operação da empresa fica comprometida e as unidades físicas, juntamente com o site saraiva.com, possivelmente ficarão inoperantes.
As demissões atingiram cerca de 150 colaboradores que estavam distribuídos entre as áreas administrativas na sede da companhia e nas cinco lojas restantes no país. A informação foi divulgada pelo site PublishNews e confirmada pela Folha. A Saraiva não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.
Crise financeira e queda nas vendas agravam situação da Saraiva
No último balanço financeiro divulgado pela empresa referente ao segundo trimestre deste ano, foi constatado que a receita líquida das lojas físicas teve uma queda de 60,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando R$7,2 milhões. Já as vendas líquidas pelo site apresentaram uma queda mais significativa, de 78,6%, chegando a apenas R$100 mil no segundo trimestre de 2023. A companhia registrou um prejuízo líquido de R$16,1 milhões nesse mesmo período.
Problemas internos e renúncias no conselho
Além disso, a Saraiva enfrenta problemas internos. Recentemente, dois membros do conselho renunciaram acusando a existência de uma falsa ata do Conselho de Administração assinada pelo presidente da empresa. Em comunicado divulgado na terça-feira (19), a Saraiva reconheceu sua situação complexa frente ao cenário econômico do varejo brasileiro, afirmando que diversos pagamentos estão atrasados e isso pode levar a mais renúncias de conselheiros eleitos.
Saraiva em processo de recuperação judicial
A história da recuperação judicial da Saraiva começou em novembro de 2018, quando a empresa já acumulava uma dívida de aproximadamente R$675 milhões. A situação financeira foi ainda mais afetada pela pandemia, assim como ocorreu com a Livraria Cultura. Ambas as livrarias enfrentaram quedas no faturamento e tiveram que encerrar atividades em várias filiais.
Em abril de 2020, a Saraiva demitiu 500 funcionários após negociações com o Sindicato dos Comerciários de São Paulo. Em 2021, o leilão para vender parte das operações da rede não atraiu compradores habilitados. Esse movimento fazia parte do acordo da recuperação judicial da empresa, que já foi considerada a maior varejista de livros do Brasil.
Futuro incerto para a Saraiva
Diante desses acontecimentos recentes, é possível perceber os desafios enfrentados pela Saraiva em sua tentativa de recuperação no setor varejista de livros. A situação financeira delicada e as medidas tomadas, como demissões em massa, podem comprometer ainda mais a operação da empresa e influenciar o cenário do mercado de livrarias no Brasil. São incertos os rumos que a Saraiva tomará após esses eventos, mas é evidente a necessidade urgente de soluções para reverter essa situação e garantir a continuidade das atividades da rede.
Data | Fatos Importantes |
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20/10/2023 | Demissão dos últimos funcionários da Saraiva |
21/10/2023 | Loja em São Paulo não abre no horário habitual |
150 colaboradores demitidos | Operação da empresa fica comprometida |
Receita líquida das lojas físicas cai 60,2% | Vendas líquidas pelo site caem 78,6% |
Prejuízo líquido de R$16,1 milhões | Renúncias de membros do conselho |
Dívida acumulada de R$675 milhões | Saraiva demite 500 funcionários |
Leilão para venda de parte das operações sem compradores habilitados | Desafios na recuperação da empresa |
Com informações do site UOL.