“Torto Arado”: uma epopeia sobre desigualdade social e empoderamento feminino na literatura periférica
O livro “Torto Arado”, de Itamar Vieira Jr., é uma obra premiada que se passa em uma fazenda chamada Água Negra, em um território periférico rural da Bahia, entre as décadas de 1960 a 1980. A história é narrada por Bibiana e Belonísia, duas irmãs negras que vivem em um regime de servidão na fazenda. Apesar de ter sido identificado como literatura negra, críticos especializados consideram que o livro pertence principalmente à literatura periférica de São Paulo.
Para ser considerada literatura periférica, é necessário que o autor tenha conexão com a periferia, garantindo uma narrativa verossímil e livre de estereótipos. Em “Torto Arado”, essa conexão está presente desde o perfil dos personagens até o contexto social das desigualdades e conflitos. Os protagonistas são personagens marginalizados que lutam por uma vida melhor, destacando-se as mulheres da obra.
As mulheres como protagonistas do empoderamento
As duas irmãs protagonistas resistem aos seus destinos limitados pela servidão na fazenda, mas as histórias femininas também são construídas pelos personagens secundários como Domingas e Salustiana. Entretanto, mesmo sendo mulheres fortes, não se pode dizer que são heroínas, já que são os homens que ocupam essas posições, como Zeca Chapéu Grande e Severo.
Personagens e conflitos
Zeca era um líder religioso da comunidade possuidora do saber curandeiro e parteiro. Já Severo, primo das protagonistas, era um líder político e idealista que se casou com Bibiana após uma fuga. Tobias e Salomão são personagens antagônicos, respectivamente um funcionário da fazenda e comprador de Água Negra, que demonstram a violência do cotidiano na região.
O livro já foi aclamado em vendas e por crítica especializada, mas ainda não teve grande destaque na academia. Mesmo assim, o jornalista acredita que passará pelo crivo acadêmico também. Em resumo, “Torto Arado” é uma epopeia narrada por diferentes personagens com histórias distintas que se interligam pelo contexto social periférico da Bahia nos anos 1960-80. Uma leitura emocionante sobre desigualdade social e empoderamento feminino sem clichês ou estereótipos.
Notícia: | No livro “Torto Arado”, de Itamar Vieira Jr., a história se passa em uma fazenda na Bahia entre as décadas de 1960 a 1980 e é narrada pelas irmãs Bibiana e Belonísia, que vivem em regime de servidão. Destacam-se as mulheres da obra, como Domingas e Salustiana, mas são os homens, como Zeca Chapéu Grande e Severo, que ocupam posições de liderança. O livro trata de desigualdade social e empoderamento feminino sem clichês ou estereótipos. |
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